A lei do pedestre em São Paulo, o outro lado da regra.

Muitas pessoas sabem como funciona quando você quer atravessar a rua fora do Brasil, eu particularmente vivi essa realidade quando morei no Canadá há três anos, basta colocar o pé no meio fio onde não há farol de pedestre que você atravessa a rua, pode ser um dia tranquilo ou na hora do rush por exemplo. A partir de hoje no centro de São Paulo os pedestres ficam com a preferência quando quiserem atravessar a rua onde não existe farol para eles. 

A lei chamada de "De preferência a vida, respeite o pedestre" funciona da seguinte forma: os motoristas que ficarem parados na faixa de pedestres, não esperar as pessoas terminarem a travessia, não dar preferência ou não sinalizar que irá fazer a conversão, receberão multa de R$ 197,00 mais sete pontos na carteira de habilitação. Até aí ok, achei muita boa a lei e assino embaixo, mas...

No início teremos sérios problemas, pois não estamos acostumados com esse tipo de comportamento, então não vamos achar que a partir de hoje tudo será as mil maravilhas. Eu particularmente sou 50% em relação a esse hábito, ás vezes deixo as pessoas atravessarem, mas outras vezes por motivo de pressa ou algo parecido acabo não deixando o pedestre passar. Esse comportamento não é só meu, muitas pessoas fazem o mesmo mas não admitem.

Porem a lei reflete alguns problemas que não foram discutidos com clareza na minha opinião. Imaginem um centro como São Paulo, onde há milhares de pedestres andando pela cidade todos os dias. Em um cruzamento com 20 pessoas querendo atravessar por exemplo, você pela nova lei, deve deixar o pedestre atravessar se ele sinalizar, e o motorista deve esperar todos passarem. Até aí tudo normal, mas agora vem as ocasiões que sempre vão existir. Uma pessoa que vem de um lado percebe que alguns pedestres estão atravessando, ela resolve correr para atravessar, e outra pessoa também percebe isso e faz a mesma coisa... No fim, o motorista acaba ficando preso esperando com que todos atravessem. Imaginem o trânsito que esse único carro pode causar.

Outra hipótese, um carro para e a pessoa começa a cruzar a rua, outro motorista não percebe que o primeiro carro não parou para o pedestre e então resolve corta-lo, podendo terminar em um atropelando. Parece exagero meu, mas aqui em São Paulo é assim que funciona, a pressa das pessoas fazem com que sejamos egoístas com o próximo. Não estou defendendo os motoristas até porque todos somos pedestres também, mas estou mostrando um lado que parece que foi escondido por todos.

Acredito que deve haver bom senso dos dois lados para a lei não virar um transtorno na vida de todos, mas sim um início de boa convivência entre pedestre e motorista.

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